Em apenas uma década, o transporte de passageiros em avião triplicou, para se situar em 2,9 mil milhões, em 2012. Até 2030 serão superados os seis mil milhões de passageiros. Ainda assim, as companhias europeias tradicionais sentem dificuldades em garantir lucros, penalizadas por estruturas de custos muito pesadas e uma atividade de carga em perda de velocidade.
Vários fatores fazem com que estas companhias sejam menos rentáveis que as congéneres norte-americanas. Primeiro, a concorrência por parte das “low-cost”, as quais já representam cerca de 40% dos voos de curta duração na Europa. Mesmo para a Europa, as empresas europeias têm uma dimensão demasiado reduzida. Basta ter em conta que as cinco maiores companhias dos Estados Unidos partilham entre si mais de 70% do mercado, contra menos de 40% na Europa. Os americanos optaram pelos processos de fusões e aquisições. Como também controlam os aeroportos, defendem-se da concorrência movida pelas companhias de baixo custo.
A situação parece ter todas as condições para melhorar, na ótica dos especialistas do setor da aviação comercial. Neste momento, a prioridade vai para as necessidades de reestruturação, mas há algum tempo que se tende para a concentração e, portanto, para a redução do número de companhias aéreas. As três principais companhias já enveredaram por uma lógica de integração, a qual se vai manter. É o caso paradigmático da IAG, resultante da fusão entre a British Airways e a Iberia, que mais não é do que um processo de absorção da espanhola por parte da companhia britânica. Entretanto, continuam a aumentar os números das participações estratégicas minoritárias, em que se incluem companhias de fora da Europa, sobretudo dos países árabes. Esta será uma outra forma de obter sinergias e garantir maiores quotas de mercado. A realidade é que as companhias de baixo custo obrigaram a mudanças profundas neste setor de atividade.
In Vida Económica 25/10/2013